segunda-feira, 14 de junho de 2010

TESTE DO OLHINHO

O teste do olhinho é um exame indolor e rápido, demora menos de cinco minutos para ser realizado. O único equipamento necessário é um oftalmoscópio direto. Mais do que o reflexo vermelho, é preciso que o profissional - neonatologista, pediatra ou oftalmologista - examine o olho da criança e tudo o que o envolve. O 'teste do reflexo vermelho’ recebe esse nome porque quando o oftalmologista projeta a luz do oftalmoscópio no olho de um bebê sadio, um reflexo vermelho ou amarelo-avermelhado pode ser visto, proveniente da retina.

O reflexo avermelhado ocorre porque os meios oculares - córnea, cristalino, vítreo - encontram-se transparentes. A cor se deve à própria cor da retina. “A ausência do reflexo vermelho ou a presença de reflexos diferentes em um ou nos dois olhos podem significar a presença de alguma alteração congênita ou neonatal. Nestes casos, a criança deve ser encaminhada imediatamente ao oftalmologista”, explica Maria Carrari.

Após o nascimento, o teste também pode ser realizado nas consultas rotineiras em crianças maiores, de qualquer idade, pois muitas doenças passíveis de diagnóstico pelo método podem aparecer mais tardiamente.












Trata-se de um exame muito simples, rápido e indolor. O único equipamento necessário é um oftalmoscópio direto. A sala do exame deve ser escurecida, deve segurar com delicadeza a cabeça do bebê. O oftalmoscópio deve ser posicionado a uma distância de aproximadamente 30 cm de cada olho do bebê, e o reflexo vermelho deve ser visto facilmente, homogêneo e simétrico em ambos os olhos. O teste pode ser realizado em menos de 5 minutos Quando conseguir identificar o reflexo vermelho de ambos os olhos, o resultado é “normal”, mas se tiver dificuldade, o bebê deve ser encaminhado ao oftalmologista com urgência.

Doenças detectáveis:

O “TESTE DO OLHINHO” pode detectar qualquer patologia que cause obstrução no eixo visual como catarata, glaucoma congênito e qualquer outra patologia ocular que cause opacidade de meios, como opacidades congênitas de córnea, tumores intra-oculares grandes, inflamações intra-oculares importantes ou hemorragias intra-vítreas.

A catarata congênita ocorre em 0.4% dos nascidos vivos e é uma importante causa de cegueira infantil, especialmente nos países “em desenvolvimento”, devido à alta incidência de infecções congênitas, como a rubéola. Nos países do “primeiro mundo”, a maior causa de catarata congênita é genética, geralmente herdada de forma autossômica dominante. Pode ser uni ou bilateral. Ao incidirmos a luz do oftalmoscópio direto sobre as pupilas de um bebê com catarata congênita, o reflexo vermelho não será visto de maneira clara ou uniforme. (Figura 1)

O glaucoma congênito é na maioria das vezes herdado de forma autossômica recessiva e ocorre em aproximadamente 1 para cada 10:000 nascidos vivos. É geralmente bilateral e assimétrico. O aumento de pressão intra-ocular provoca rupturas no endotélio corneano, levando a edema de córnea. O edema de córnea impede a entrada normal de luz para dentro do olho, o que poderá ser visto ao ser realizado o teste do reflexo vermelho (Teste do Olhinho).
















FIGURA 1 – Catarata congênita vista pelo “reflexo vermelho” (em cima) e com a iluminação “em fenda”
FIGURA 2 – Glaucoma congênito com edema de córnea

Entretanto, é importante salientar que este teste é um “screening” para todo bebê normal e não detecta a retinopatia da prematuridade. Caso o bebê seja prematuro (com menos de 32 semanas de gestação ou com peso de nascimento inferior a 1500g), o oftalmologista deve ser chamado para realizar exame de mapeamento de retina entre a quarta e a sexta semana de vida extra-uterina do prematuro.

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